domingo, 31 de julho de 2011

O ladrão

Senhoras e senhores, eis  o homem que roubou-me. Estava eu andando pelas calçadas da vida quando fui abordado. Ele não me levou dinheiro, não me roubou os sapatos. Me deixou até os cigarros! Ele chegou e disse para eu parar, não devia seguir caminho sem ouvir aquelas palavras. Foi um roubou incrível, só vendo! Era um homem pequeno, de pouco físico, seus castanhos olhos, sua face cumprida, uma voz rouca de bom tom. Esse homem senhores era um ladrão! Suas mãos macias, lábios rosados. Era um homem de vontades, um verdadeiro usurpador! Cheio de coragem ele veio e me encurralou, desse-me que queria tudo, mas não levou nada, fiquei com o chapéu de couro, com as armas de doce, com o mel de abelha rainha. E ele levou só as palavras que eu havia dito. Não quis mais nada. Esse homem senhoras, foi um cavaleiro. Ladrão e cavaleiro? Sim senhoras, muito gentil e caridoso. Hoje eu ainda vejo esse homem. Mas, meu senhores, ele  mora no vermelho diferente, hoje já não rouba mais ninguém. Vive me procurando para conversas, somos 'amigos' senhoras.
Hoje andamos juntos nas calçadas da vida, e sempre que ele pode senhoras, acaba por levar minhas roupas, meus cigarros, sapatos e dinheiro.  E meu amor...
Agora senhoras e senhores, juguem-no

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