quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

--------------------------------------------------



              Atenção.


Ninguém viu.
O espectador perdeu,
e eu perdi também. ninguém viu!
no exato momento eu estava sozinho.
E vivi a solidão desse tal querer.
As pedras me alimentaram,
seco, insosso sem sabor
comi minha carne
e ninguém viu.

Corri feito cavalo sob as nuvens chuvosas,
dancei moldado pelo barro azul,
Ninguem viu eu caminhar
Sozinho.
Mas vou cantando
o hino em louvor a solidão que vivo
Ninguém viu a declaração, as palavras pequenas.

Ninguém viu
Nem ouvirão eu proferir
eu nem sei quais foram pronunciadas
depositei no esquecimento toda expressão falada.
Eu cantei sem memória as palavras sem ordem
e a mistura me fez perceber a solidão
senti frio e quem viu foi a alma,
Sozinha comigo.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

---------------------------------------------------------

 Em breve...

Vou andar livre  como o vento,
ter asas leves de  beijar-flor;
encontro cheio de acalento,
eu sonho e desejo, rever o meu amor.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vinicius de Moraes


Mensagem à poesia

Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.

Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso
reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.


Mas não a traí. Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la. A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz. Minha paixão de homem
Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha
Loucura resta comigo. Talvez eu deva
Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse
O meu martírio; que às vezes
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abatem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática
Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho; e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tá carente?


Uma troca formidável,
é um gato pardo por um ursinho de pelúcia.
Cante, ele vai te fazer feliz,
corra, ele vai te acompanhar,
tome banho e ele te secará,
só não queira fazer amor com ele,
pois você pode nao gostar.

Ninguém sabe,

Se eu me retar, compro passagem só de ida
desisto de  tudo que conquistei na vida.
Por que facil é dizer que vou conseguir
Quando não se sabe o que vivo aqui!


-------------------------------------

Puta


É uma puta,
Uma puta sem tamanho de ser puta.
O sangue nas arterias doloridas
a puta toma culpa.
O pensamento vago e tão tristonho,
dei a culpa pra puta.

puta é a verdade,
puta é maldade
puta é a vontade
de não mais viver essa puta saudade de você. 
Continua...


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


http://ocampista.files.wordpress.com/2010/09/solitario.jpg




Sem.


Pensei que amizade era algo intenso e duradouro,
Pensei que  podia confiar nas pessoas plenamente,
Acreditei que amigos faziam parte de uma vida,
mas  hoje sei que são cicatrizes de ciclos vividos.
Alguns revivem, outras somem.
Passei a viver numa cidade sem humanos,
 Sozinho com animais, gente inerte, sem amor...
Momento...



Tenho vontade de ir para a mata, andar perdido entre arvores, animais, pedras...
As vezes a cidade é nada, ninguém  ouvi, ninguém fala, nem procura e muito menos acha.
Cosumido pelo vago corredor escuro, frio e Fétido. Mundo.
É sentado na pedra da solidão, suportando a maldita solidão, que vivo no negrume de mim.
Sou nada pois tenho tudo que nunca possuiram os que nada têm. E desse modo encontro-me jugado por todo meu egoismo, minha vontade de ser livre. Queria estar na mata, vivendo das folhas, crescendo...  Eu so queria fugir um pouco da vida, agarrar-me no tronco da correnteza e descer o rio sem rumo, sem esperanças de paradas(...)
By: Alisson Vital
[à teminar]

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pensamento do Dia 


"Agora voce é a minha música"...
E o fato de estar longe só aumenta o que sinto 
e cria em mim uma vontade maior de te amar.

By -  Alisson Vital

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Eu preciso de você por: Maria Bethânia

Fome

Procuro em meu ser uma
razão para não mais pensar,
porém suas palavras não deixam!
As lembranças me cercam;
me cercam os pensamentos.
Como se não bastasse, nasce em mim também o desejo
de te amar e, poder saciar essa minha fome de você!
Serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo"
 Cecília Meireles