Andar com passos de medo não faz bem, sentir-se sozinho faz o peito queimar igual brasa no fogo, e ele segue a lembrar, do sonho que não acabou. Ele lembra...
O jovem, garoto das pedras de ouro, sentado a ver a carruagem da noite chegar, e observa a deusa da noite que trás flamejante e singular a bela lua. E com ela o anoitecer traz ao jovem rapaz, a carga solitário de um deus sem amor.
O medo da solidão eleva suas dores ao extremo, aquela realidade tão incrédula o torna incapaz de não saber viver ou não saber o que é a vida. Tão pouco tempo sem sorrir, o fez envelhecer uma eternidade. E as outras eternidades? Ele viverá tão sozinho noutras quanto já vivera nessa.
Seu olha tão perdido vai de encontro a beleza daquela luz, que é emanada pelo sol, vem e reflete na mais bela criação da deusa da noite, aquela lua tão perfeita, não vê-la mais refletir naqueles olhos que o ensinaram a amar é quase irreal, pois na sua majestosa comunhão, não existirá futuro, só alguns poucos minutos com quem tanto ama.
De longe, todos aqueles que conheceram a beleza daquele amor, vêem somente as sombras de duas pessoas e uma fusão do nascer da lua com morrer de um amor. E naquelas pedras de ouro, tão triste, existe agora uma carregada dor, um medo na alma, uma partilha mentirosa de risos e nenhuma palavras é dita, só lágrimas, e envolto de revolta se questiona, mas não peca pelo que diz, – Quando se perde um amor, renasce uma vida? Ele se engana? – Vida? Para aqueles dois, sentados na beira do mar, já não existe mais.
De longe, todos aqueles que conheceram a beleza daquele amor, vêem somente as sombras de duas pessoas e uma fusão do nascer da lua com morrer de um amor. E naquelas pedras de ouro, tão triste, existe agora uma carregada dor, um medo na alma, uma partilha mentirosa de risos e nenhuma palavras é dita, só lágrimas, e envolto de revolta se questiona, mas não peca pelo que diz, – Quando se perde um amor, renasce uma vida? Ele se engana? – Vida? Para aqueles dois, sentados na beira do mar, já não existe mais.
O garoto das pedras de ouro está morto, mas ele não morre fisicamente, sua morte é subjetiva, pois sua dor de não ter mais quem amava, o faz perder todo prazer de existir, de acreditar que vive. E elevando seu corpo sobre aquele que já não vive, sente nas mãos o último pulsar daquele coração que tanto o amou.
Qual nebulosa se torna a noite. O vento trás consigo o som da selva e parece que os espíritos da mata choram sua dor. O mar reluzindo o luar, tão brando, tão negro na noite, exprimindo seu padecer com ondas leves, suaves, e elas chamam aquele corpo já sem vida, inerte a este mundo e a qualquer outro que possa existir. O garoto das pedras de ouro caminha pelas areias e em seus braços carrega o amor não mais vivo, vai em direção ao mar, que clama pelo corpo, tão pálido, sem movimentos próprios, um corpo sem alma, cavalo sem domador.
Seus pés finalmente tocam a água, que de tão ansiosa parece estar numa ebulição de frialdade, o garoto continua a entra mar a dentro, ele não conhece o mar, mas o mar o conhece bem, viu aquele garoto crescer, brincou com ele ali na praia de Afrodite. Cominhando, ohos fechados, a água em seu peito, ele vai soltando ao poucos o corpo, é tão sem igual esta cena, pois o mar toma o defunto como se fosse seu e empurra aquele garoto para fora, não demora o corpo está submerso, não mais existe em face da terra. Ele grita! O medo e a dor em seu coração o faz sentir o ápice de toda e qualquer desventura da vida, parece louco. Suas palavras ecoam em seu silêncio e tão alto ele chora com a alma. Cai por terra suas lagrimas. Seu olhar fixa-se na luz da lua refletida naquele mar, que agora é a casa de seu eterno amor. Ninguém o ampara , ele volta a suas pedras, tão ouro, tão solidão. Um sono consome seus olhos, fecha-os com esperança de também morrer, mas como pode um deus morrer?
Essas lembranças não fogem da sua memória e cada vez que recorda, ele revive, mas andar com passos de medo não faz bem, sentir-se sozinho faz o peito queimar feito brasa no fogo, ser eterno nem sempre dá aos deuses uma eterna felicidade. Ele ainda chora. Chora ele, longe de seu coração, chora mais uma eternidade.
[continua]
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