quarta-feira, 21 de julho de 2010

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

Temporada de Flores - Leoni

          ♫                      Que saudade... ♫                ♫
          ... Me espera amor que eu tô chegando,

                 Depois do inverno a vida em flores
                             Espera amor
                     nossa temporada das flores
          http://www.olharnet.blogger.com.br/315009.jpg 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A felicidade

Conversando sobre política com um senhor de mais ou menos 60 anos, ele do nada me pergunta se sou casado, eu digo que não e ele me diz que deveria casar para ser feliz, pois ninguém consegue ser feliz sozinho. Eu simplesmente ri, e ele continuou dizendo que é com o casamento que por vezes conquistamos nossa felicidade, em meio a suas chamadas "lorotas", o senhor Zé do Chico me disse que o amor é algo que encontramos sempre, mas a felicidade desse amor nem sempre é encontrada. E o motivo disso é um só, "estamos mais preocupados com nossa felicidade e acabamos esquecendo a felicidade da pessoa que amamos". Achei meio estranho um senhor da idade dele pensar muito em amor, pois de acordo com umas conversas anteriores, pensei que não visse o amor de tal forma, logo percebi que me enganei, aquele senhor estava me dando um banho com aquela conversa, eu ali parado só ouvindo, engraçado, eu que sempre acreditei saber o que era amar e ser feliz percebo que ainda tenho muita a aprender, principalmente quando ele disse o que" Quando casamos não podemos pensar em fazer nossa feliz, devemos pensar em fazer a outra pessoa feliz plenamente, porque só assim a uma reciprocidade de felicidade", nossa quase não acreditei, não que eu esteja subestimando aquele Sr. é que o grau de instrução dele aparentemente baixo não demostrava tal pensamento, pois seu jeito rude, "bruto" por assim dizer, não poderia penso eu ter esses pensamentos. Ele ainda finalizou mandando que eu procure a felicidade da pessoa que amo e só assim encontrarei a minha. 
Hoje, não há mais pensamentos assim, eu não pensava em fazer o outro feliz primeiro eu pensava em ser feliz e fazer feliz. Apredi que a minha fewlicidade consiste em eu fazer feliz quem tanto amor.


sábado, 17 de julho de 2010

Solidão

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/img_poesias/8330_gr.jpg
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... isto é carência.

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... isto é saudade.


Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes, para realinhar os pensamentos... isto é equilíbrio.


Solidão não é o o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... isto é um princípio da natureza.


Solidão não é o o vazio de gente ao nosso lado... isto é circusntância.


Solidão é muito mais do que isto.


Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma...

Chico Buarque

Crônica

Lembranças de um adeus
                   


 Andar com passos de medo não faz bem, sentir-se sozinho faz o peito queimar igual brasa no fogo, e ele segue a lembrar, do sonho que não acabou. Ele lembra...
O jovem, garoto das pedras de ouro, sentado a ver a carruagem da noite chegar, e observa a deusa da noite que trás flamejante e singular a bela lua. E com ela o anoitecer traz ao jovem rapaz, a carga solitário de um deus sem amor.
O medo da solidão eleva suas dores ao extremo, aquela realidade tão incrédula o torna incapaz de não saber viver ou não saber o que é a vida. Tão pouco tempo sem sorrir, o fez envelhecer uma eternidade. E as outras eternidades? Ele viverá tão sozinho noutras quanto já vivera nessa. 
Seu olha tão perdido vai de encontro a beleza daquela luz, que é emanada pelo sol, vem e reflete na mais bela criação da deusa da noite, aquela lua tão perfeita, não vê-la mais refletir naqueles olhos que o ensinaram a amar é quase irreal, pois na sua majestosa comunhão, não existirá futuro, só alguns poucos minutos com quem tanto ama. 
De longe, todos aqueles que conheceram a beleza daquele amor, vêem somente as sombras de duas pessoas e uma fusão do nascer da lua com morrer de um amor. E naquelas pedras de ouro, tão triste, existe agora uma carregada dor, um medo na alma, uma partilha mentirosa de risos e nenhuma palavras é dita, só lágrimas, e envolto de revolta se questiona, mas não peca pelo que diz,  Quando se perde um amor, renasce uma vida? Ele se engana? – Vida? Para aqueles dois, sentados na beira do mar, já não existe mais. 
O garoto das pedras de ouro está morto, mas ele não morre fisicamente, sua morte é subjetiva, pois sua dor de não ter mais quem amava, o faz perder todo prazer de existir, de acreditar que vive.  E elevando seu corpo sobre aquele que já não vive, sente nas mãos o último pulsar daquele coração que tanto o amou. 
Qual nebulosa se torna a noite. O vento trás consigo o som da selva e parece que os espíritos da mata choram sua dor. O mar reluzindo o luar, tão brando, tão negro na noite, exprimindo seu padecer com ondas leves, suaves, e elas chamam aquele corpo já sem vida, inerte a este mundo e a qualquer outro que possa existir. O garoto das pedras de ouro caminha pelas areias e em seus braços carrega o amor não mais vivo, vai em direção ao mar, que clama pelo corpo, tão pálido, sem movimentos próprios, um corpo sem alma, cavalo sem domador.
Seus pés finalmente tocam a água, que de tão ansiosa parece estar numa ebulição de frialdade, o garoto continua a entra mar a dentro, ele não conhece o mar, mas o mar o conhece bem, viu aquele garoto crescer, brincou com ele ali na praia de Afrodite. Cominhando, ohos fechados, a água em seu peito, ele vai soltando ao poucos o corpo, é tão sem igual esta cena, pois o mar toma o defunto como se fosse seu e empurra aquele garoto para fora, não demora o corpo está submerso, não mais existe em face da terra. Ele grita! O medo e a dor em seu coração o faz sentir o ápice de toda e qualquer desventura da vida,  parece louco. Suas palavras ecoam em seu silêncio e tão alto ele chora com a alma. Cai por terra suas lagrimas. Seu olhar fixa-se na luz da lua refletida naquele mar, que agora é a casa de seu eterno amor. Ninguém o ampara , ele volta a suas pedras, tão ouro, tão solidão. Um sono consome seus olhos, fecha-os com esperança de também morrer, mas como pode um deus morrer? 

Essas lembranças não fogem da sua memória e cada vez que recorda, ele revive, mas andar com passos de medo não faz bem, sentir-se sozinho faz o peito queimar feito brasa no fogo, ser eterno nem sempre dá aos deuses uma eterna felicidade. Ele ainda chora. Chora ele, longe de seu coração, chora mais uma eternidade.

[continua]
                             










sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tempo


Ontem...
...aquela música fez meu coração lembrar,
que estou longe de você, sinto sua falta.

Hoje...
...os meus pés sentem o cansaço da saudade,
eles pedem sua companhia, te procuram pelas ruas.

Amanhã?
... nem sei se ele existe para mim, não sou dono do tempo,
e mesmo assim, continuarei a te amar.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lágrimas



Hoje a saudade me toma,
me bebe como cálice sem pudor,
consome meu consciente,
rasga meus olhos,
flamuja em mim as lagrimas.

Caminhando sem razão,
sou postulado pela solidão,
ter de viver longe assim 
o peito arde, deprimido quase morre
Mas não, não vou morrer.

Sou forte em meu amor,
e mesmo sem te ver,
propago em mim, você.
a razão do meu sorriso
a razão de minhas lágrimas.


Amor - Pois que é Palavra Essencial

Amor — pois que é palavra essencial 
comece esta canção e toda a envolva. 
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia, 
reúna alma e desejo, membro de vulva. 

Quem ousará dizer que ele é só alma? 
Quem não sente no corpo a alma expandir-se 
até desabrochar em puro grito 
de orgasmo, num instante de infinito? 

O corpo noutro corpo entrelaçado, 
fundido, dissolvido, volta à origem 
dos seres, que Platão viu completados: 
é um, perfeito em dois; são dois em um. 

Integração na cama ou já no cosmo? 
Onde termina o quarto e chega aos astros? 
Que força em nossos flancos nos transporta 
a essa extrema região, etérea, eterna? 

Ao delicioso toque do clitóris, 
já tudo se transforma, num relâmpago. 
Em pequenino ponto desse corpo, 
a fonte, o fogo, o mel se concentraram. 

Vai a penetração rompendo nuvens 
e devassando sóis tão fulgurantes 
que nunca a vista humana os suportara, 
mas, varado de luz, o coito segue. 

E prossegue e se espraia de tal sorte 
que, além de nós, além da própria vida, 
como activa abstracção que se faz carne, 
a ideia de gozar está gozando. 

E num sofrer de gozo entre palavras, 
menos que isto, sons, arquejos, ais, 
um só espasmo em nós atinge o clímax: 
é quando o amor morre de amor, divino. 

Quantas vezes morremos um no outro, 
no húmido subterrâneo da vagina, 
nessa morte mais suave do que o sono: 
a pausa dos sentidos, satisfeita. 

Então a paz se instaura. A paz dos deuses, 
estendidos na cama, quais estátuas 
vestidas de suor, agradecendo 
o que a um deus acrescenta o amor terrestre. 


Carlos Drummond de Andrade, in 'O Amor Natural'

domingo, 11 de julho de 2010

Meu pai.

                                                     http://zepower.files.wordpress.com/2008/08/oxossi.jpg

    O senhor dos meus passos
    caminha ao lado,
    ele trilha meu caminho
    de folhas verde e amarela, 
    não me perco, não fico sozinho, não saio da trilha.

    Ele me guia pela natureza, 
    de dentro do meu coração,
    e num giro de caça-caça, 
    me conduz aos pés de Zambi!
    Meu lugar é perto de meu pai,
    lá nas matas, que é morada.

    Odé, caçador de maravilhas,
    Norteia-me até a luz,
    E grato sou, sempre serei.
   Okê caçador...
   Okê meu pai...

QUEM NUM TEM EMELHO, XIMBA!

http://www.ecs.psu.edu/ComputerSupport/images/email.gif




Aí galera, 
             Esse emelho é de Craudinei, mas aqui é Jonilso que tá falano.

É porque eu num tenho emelho, aí ele me liberôpra escrevê no dele. E eu quero falá é sobre isso mermo: emelho. A parada é a seguinte: ôto dia eu tava percurano um serviço no jornal aí eu vi lá uma vaga na loja de computadô. Aí eu fui lá vê colé a de mermo. Botei uma rôpa sacanage que eu tenho, joguei meu Mizuno e fui lá, a porra. Aí eu cheguei lá, fiz a ficha que a mulé me deu e fiquei lá esperano. Nêgo de gravata e as porra, eu só "nada... tô cumeno nada!". Aí, eu tô lá sentado, pá, aí a mulé me chama pa entrevista, lá na sala dela. Mulé boa da porra! Entrei na sala dela, sentei, pá, aí ela começô: a mulé perguntano coisa como a porra, se eu sabia fazê coisa como a porra e eu só "sim sinhora, que eu já trabalhei nisso e naquilo", jogano 171 da porra na mulé e ela cumeno legal, a porra!

Aí ela parô assim, olhô pra ficha e mim perguntô mermo assim: "você mora aí, é?", aí eu disse "é". Só que eu nun sô minino, botei o endereço de um camarado meu e o telefone, que eu já tinha dado a idéa pra ele que se ela ligasse pá ele, ele dizê que eu sô irmão dele e que eu tinha saído, pra ela deixá recado, que aí era o tempo dele ligá pro orelhão do bar lá da rua e falá comigo ou deixá o recado que a galera lá dá. Eu nun vô dá meu endereço que eu moro ni uma bocada da porra! Aí a mulé vai pensá o que? Vai pensá que eu sô vagabundo tomém, né pai... Nada! Aí, tá. A mulé só perguntano e eu jogando um "h" da porra na mulé, e ela gostano vú... se abrindo toda... mulé boa da porra! Aí ela mim disse mermo assim: "ói, mim dê seu emelho que aí quando fô pra lhe chamá... - a mulé já ía me chamá já - ... quando fô pra lhe chamá, eu lhe mando um emelho". Aí eu digo "porra... e agora?". Aí eu disse a ela mermo assim "ói, eu vou lhe dá o emelho de um vizinho meu pra sinhora, que ele tem computadô, aí ele mim avisa". Mintira da porra, que o cara mora longe como a porra e o computadô é lá do trabalho dele, aí ele ía tê que mim avisá pelo telefone lá da rua.

Aí, depois quando eu disse isso, a mulé empenô. Sem mintira niua, ela me disse mermo assim: "aí, não! como é que você qué trabalhá na loja de computadô e não tem emelho?". Aí ela bateu no meu ombro assim e disse "Ói, hoje em dia, quem num tem emelho ximba!". Falô mermo assim, véi, a miserave da mulé. Miserave! Mas aí, eu ía fazê o que, véi?

Aí uns dias depois eu acabei conseguindo um seviço de ajudante de predero: um pau da porra! Eu pego 7 hora da manhã e leva direto, a porra, de 7 a 7, aí meio dia para pra almuçá, comida fêa da porra, e acabô o almoço nun discansa não, volta pro seviço. É pau, vú véi... é pau viola mermo. É por isso que eu digo, é como a mulé disse: "quem nun tem emelho ximba, véi!". É isso aí. Os cara que nun recebero esse emelho vai ximbá, na moral, dá um pau da porra, quando chegá fim de mês, recebê uma merreca. Agora pra você que recebeu esse emelho, eu vô lhe dá a idéa, ói, vá lá na loja que ainda tem a vaga! Já fui!

Esse emelho é de Craudinei, mas aqui é Jonilso que tá falando.

Valeu!

Jonilso


                                                 (texto recebido por e-mail, autor desconhecido)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fico sem você


Se eu fico sem você, meu coração logo fica triste,
emudece a minha boca, decresço, morro...
Corro de encontro a solidão, 
ganho traços de velho cão sem dono.
Largado á mercê da tristeza, no tempo sem uma âncora,
ligeiramente sou devagar, solto um grito.
Isolado sem meus pensamentos,
Confiança quero ter, mas não fico tão feliz
Coração espedaçado, brincadeira sem graça é ficar sem você.
Se eu fico sem você, meu coração logo fica com medo.